quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 105

A PRIMEIRA ESCALA EM LEIXÕES DO PAQUETE “COLONIAL”


COLONIAL / foto de autor desconhecido /.

A 13/12/1932, pelas 09h00, entrou pela primeira vez no porto de Leixões, a fim de embarcar passageiros e meter carga, o então recém-adquirido paquete Português COLONIAL da Companhia Colonial de Navegação, Lisboa, destinado às carreiras com os territórios Portugueses de África, tendo fundeado ao Norte a dois ferros. As manobras foram conduzidas pelo piloto Alfredo Pereira Franco.

O COLONIAL, 140m/ 8.142tb, 2 hélices, 13 nós, foi construído para o armador Hamburg Amerika Linie, Hamburg, pelo estaleiro Germâniawerft (Krupp), Kiel, em Maio de 1908, com o nome de YPIRANGA, tendo saído do porto de Hamburgo na sua viagem inaugural ao Brasil a 14/10/1908. Nos três anos seguintes serviu a linha do México e a da costa Leste da América do Sul. Por último realizou uma viagem ao porto de Filadélfia. Após ter passado os anos da guerra de 1914/18 amarrado no porto de Hamburgo, foi entregue ao Reino Unido como reparação de guerra. Em Abril de 1919 foi colocado sob gestão da companhia White Star Line, Liverpool, que o passou a utilizar no repatriamento de tropas e como unidade auxiliar no seu serviço com a Austrália.


YPIRANGA / HAPAG arte galeria /.


Após ter estado amarrado no porto de Hull até 1920, o YPIRANGA foi vendido à companhia Anchor Line, Glasgow, que alterou o nome para ASSYRIA. Realizou a sua primeira viagem ao serviço do seu novo armador em Janeiro de 1921, de Liverpool para Bombaim, rota para a qual foi adquirido. Em Junho daquele ano foi colocado na carreira de Glasgow para Nova Iorque, onde permaneceu até Agosto de 1925, altura em que regressou à rota da Índia, alternando com a realização de cruzeiros.



O ASSYRIA foi vendido em 1929, à Companhia Colonial de Navegação, Lisboa, que o matriculou na capitania do porto de Luanda com o nome de COLONIAL, tendo-o colocado no seu serviço Portugal/Angola/ Moçambique, juntamente com o seu gémeo MOUZINHO ex CORCOVADO ex MARIA CHRISTINA. Em 1950, com a vinda dos novos paquetes e após uma vida útil, foi vendido à British Iron and Steel Co., para desmantelamento em sucata, tendo sido denominado de BISCO 9 pelos seus novos proprietários. Em viagem do porto de Lisboa para o Blyth, partira-se-lhe o cabo de reboque e naufragou na costa de Campbeltown, Escócia, em Setembro daquele ano, tendo sido desmantelado no local do sinistro.

Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Hamburg Amerikanische Paketfahrt AG (HAPAG); Lloyds Register of Shipping.

(continua)

Rui Amaro