quinta-feira, 14 de abril de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 173

MOVIMENTO MARÍTIMO NA BARRA E PORTO COMERCIAL DO DOURO COM ALGUNS PERCALÇOS

Panorâmica parcial do rio Douro, obtida a partir dos jardins do Palácio de Cristal, com os lugares das Escadas da Alfandega e do Monchique, onde se destaca a presença de quatro navios, que frequentavam com regularidade o porto comercial do Douro.
No lugar das Escadas da Alfandega encontra-se o vapor Português PERO DE ALENQUER e, pela sua popa e no lugar do Monchique, o vapor Inglês GREBE.
Na margem de Gaia, no lugar do Cais da Fontinha, vê-se o vapor Inglês DARINO e a jusante o lugre-motor Português FAYAL. Como este lugre foi comprado em 1930 e se perdeu por encalhe na ilha do Fogo, na Terra Nova, em 1935, a imagem foi obtida dentro deste curto período de tempo.
/ Postal ilustrado da cidade do Porto /.


 A 02/03/1935, pelas 17h00, quando o vapor Inglês MADJE LLEWELLYN, piloto Mário Francisco da Madalena, vindo de entrada, ao passar diante do lugar do Bicalho desgovernou a bombordo, tendo largado de imediato os dois ferros, não sendo o bastante para não deixar de colidir com o lugre-motor Português ANTONINHO 1º, que se encontrava a descarregar cimento na lingueta do Bicalho, o qual sofreu algumas avarias. O MADJE LLEWELLYN, que procedia do porto de Cardiff com um carregamento completo de carvão, manobrou de marcha à ré e recolhendo os dois ferros, seguiu para montante até ao lugar do Sandeman, onde deu fundo a dois ferros e amarras para terra com ancorote pela popa.       
A 03/03/1935, pela tarde, houve um movimento inusitado de navegação de saídas e entradas na barra do Douro.
Saídas: Vapores Ingleses BRINKBURN, piloto Joel da Cunha Monteiro; MORAR, piloto João Pinto de Carvalho; FENDRIS, piloto Francisco Soares de Melo; DARINO, piloto Elísio da Silva Pereira; CRESSADO, piloto Aires Pereira Franco. Vapores Noruegueses STROMBOLI, piloto António Gonçalves dos Reis; TEJO, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis; SVINTE, piloto António Duarte; OLTER, piloto Pedro Reis da Luz. Vapores Alemães TANGER, piloto Francisco Piedade; LATONA, piloto Eurico Pereira Franco. Vapor Português ALFERRAREDE, piloto Manuel de Oliveira Alegre; vapor de pesca Português ESTRÊLA DO MAR, piloto José Fernandes Amaro Júnior; iate-motor Português JOÃO JOSÉ 1º, piloto Francisco Luís Gonçalves.


 BRINKBURN, S. Marshall & Co.,Ltd, Sunderland / imagem de autor desconhecido /.


Entradas: Vapores Ingleses LISBON, piloto Bento da Costa; ESTRELLANO, piloto Francisco Gonçalves; GREBE, Manuel de Oliveira Alegre. Vapores Italianos DORIDE, piloto Francisco Soares de Melo; GALA, piloto José Fernandes Tato. Vapores Estonianos MARI, piloto António Duarte; KAI, piloto António Gonçalves dos Reis. Vapor Letão KLINTS, piloto José Fernandes Amaro Júnior. Vapor Finlandês WAPPU, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis. Vapor Norueguês ADVANCE, piloto Mário Francisco da Madalena. Vapor Português SAN MIGUEL, piloto Joel da Cunha Monteiro; vapor de pesca Português ESTRÊLA DO NORTE, piloto Francisco Piedade; canhoneira Portuguesa NRP ZAIRE, piloto João António da Fonseca.
As manobras de saídas e entradas foram efectuadas sem qualquer percalço, apenas tendo ficado fora da barra por terem perdido a maré ou por escassez de pilotos, os seguintes vapores: Inglês JOYCE LLEWELLYN, piloto Elísio da Silva Pereira; Português VILLA FRANCA, Espanhol COMPOSTELA, Alemão VESTA e a aguardar atracação ao molhe Sul do porto de Leixões, o petroleiro Português COIMBRA. Estes quatro vapores não chegaram a ser pilotados. 


 STROMBOLI, Fred Olsen, Oslo / imagem de autor desconhecido /.

 A 04/03/1935, pelas 17h30, quando o vapor Belga RIP descia o rio a caminho da barra do Douro, conduzido pelo piloto Francisco Soares de Melo, ao passar diante das instalações petrolíferas da Shell, à encosta da Arrábida, devido a ter-se partido o gualdrope do leme, desgovernou, correndo o risco de ir abalroar as embarcações ali ancoradas, entre as quais se encontrava o vapor Inglês CONSETT a descarregar carvão nas linguetas do Ouro, destinado à Fábrica do Gaz, valeram-lhe os dois ferros, prontamente lançados à água, que evitou um acidente de maiores consequências. Apenas houve a registar alguns cabos partidos, que serviam de amarração àquelas embarcações.
Dado o alarme, compareceram algumas lanchas dos pilotos, tendo subido a bordo do RIP os pilotos Pedro Reis da Luz e Elísio da Silva Pereira, que foram auxiliar o seu colega responsável pela manobra de saída daquele vapor, que devido ao acidente ficou amarrado junto dos depósitos da Shell até a avaria ter sido reparada, após o que se fez de novo à barra, rumando ao seu porto de destino. Nas margens próximas, como sempre sucede, afluiu uma grande multidão de curiosos, que comentavam o acidente,
A 10/04/1935, o piloto José Fernandes Amaro Júnior comprou na Casa Lagoa, à Rua 31 de Janeiro, Porto, um par de emblemas para as mangas de uma nova farda e um outro emblema e duas capas brancas para o boné, cujo custo total foi de 80$00.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior

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