segunda-feira, 9 de maio de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 177

MESTRE EUSÉBIO CONDUZ DE ENTRADA O VAPOR ESTONIANO "TAAT" NUM DIA DE INUSITADO MOVIMENTO DE NAVIOS NA BARRA DO DOURO

Msstre Eusébio Amaro
 
A lancha P4 em 1945 /foto de autor desconhecido/.

A 04/11/1935, foi admitido para mestre das lanchas de pilotar, tendo tomado a seu cargo a lancha P4, da barra do Douro, Cantareira, Eusébio Fernandes Amaro, que se candidatara a uma de três vagas para piloto da barra no concurso de 25/01/1935, tendo sido excluído por ter ficado em quarto lugar. Aquele mestre, que era um destemido e experimentado mareante das barras do Douro e Leixões, fora incumbido pelo piloto-mor António Joaquim de Matos de embarcar e conduzir de entrada o vapor carvoeiro Estoniano TAAT, a fim de não perder a maré, no ano de 1937, num dia de inusitado movimento de entradas e saídas de navios na barra do Douro e mudanças de ancoradouro no rio, tendo conduzido aquele vapor até ter sido substituído junto do lugar do Ouro por um piloto da barra, que vinha numa lancha a caminho da Cantareira, após ter concluído o seu serviço de entrada de um outro vapor. Competia ao piloto-mor na falta de pilotos ter sido ele a conduzir as manobras de entrada do vapor TAAT, mas possivelmente estaria ocupado com outros afazeres ou por qualquer outro motivo, tendo entendido que aquele mestre teria competência suficiente para o substituir. Note-se que para se ter uma ideia do movimento marítimo no Douro naquele dia, a corporação era composta de cerca de 33 pilotos, número que incluia 7 em Leixões, entre graduados e subalternos.
Mestre Eusébio, que em ocasiões de vidas em perigo na barra, não hesitava, e juntamente com o motorista e o marinheiro avançava com a sua lancha para o local do sinistro, mesmo sem autorização dos seus superiores, nasceu na Foz do Douro, era irmão do piloto José Fernandes Amaro Júnior, sobrinho do sota-piloto-mor Manuel de Oliveira Alegre, parente do piloto João dos Santos Galvão, que foi director do INPP e ainda tio do autor do Blogue. Deve-se frisar que no passado as embarcações dos pilotos eram alternativas às lanchas salva-vidas a remos do ISN, motivo porque esta instituição agraciava amiudamente as várias corporações de pilotos espalhadas pelo país.

 TAAT na década de 50 / foto de autor desconhecido /.

TAAT - 79m/ 1.389tb/ 10nós; 01/1881 entregue por Palmer's Shipbuilding & Iron Co., Ltd., Newcastle, a Burdich & Cook, Londres; 1890 OTIS, K.O.F. Dalman, Gotenburgo; 1891 OTIS, Angf. A/B Ibis, Gotenburgo; 1908 OTIS, Formyade Angf. A/B Viking, Gotenburgo; 1920 OTIS, Rederi A/B Atran, Gotenburgo; 1921 OTIS, Rederi A/B Atran, Falkenberg; 1922 OTIS, Rederi A/B Inga, Falkenberg; 1933 TAAT, Kranfeldt & Co., Tallin; 1934 TAAT, A. Jurgenthal & Others, Haapsalu; 10/04/1940 em trânsito de Gotenburgo para Londres, com um carregamento completo de madeira, foi declarado presa de guerra no porto de Bergen pelos ocupantes Nazis da Noruega, tendo rumado ao porto de Hamburgo; 18/02/1941 devido ao acordo secreto entre a Alemanha  e a União Soviética, e apesar de inactivo, arvorou o pavilhão da União Soviética; 28/06/1941 desfeito o acordo, hasteou novamente a bandeira Germânica e passou a servir a "Kriegsmarine"; 1942 FISCHHAUSEN, registado na praça de Hamburgo, passando a ser gerido pelo armador Egon Oldendorff, passando pouco tempo depois para a gestão do armador Karl Gross, Brake, com o nome de GERTRUD OHLROGGE; 09/05/1945, final da guerra, encontrava-se muito danificado no porto de Dinamarquês de Fredericia, onde a 25/06/1945 foi confiscado como presa de guerra, tendo sido entregue ao MOWT (Ministério dos Transportes Britânicos, Londres); 1947 TAAT, Springwell Shipping Co., Ltd., Londres; 1951 WEAR, Compañia Maritima Tees SA., Panamá; 01/09/1952 chegava ao Blyth para demoçição pelos sucateiros Hughes Bulckow, Ltd. Antes e no pós-guerra como TAAT ou WEAR era um frequentador regular transportando carvão do País de Gales e no retorno levava toros de pinheiro para serem utilizados como esteios nas minas de carvão.
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Armador Egon Oldendorff, Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

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