segunda-feira, 27 de junho de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 182

ACIDENTE NA BARRA COM A TRAINEIRA ESPANHOLA "MARUJO"

A 14/12/1935 a traineira Espanhola MARUJO, que ao princípio da noite anterior, havia encalhado na penedia da Eira, à Cantareira, acabou por se safar pelos próprios meios e com o auxílio da subida da maré de enchente, cerca das 04h00. Após verificada a não existência de rombos ou de outras avarias, meteu piloto e saiu a barra, rumando a Marin, seu porto de armamento, sem mais percalços.
Aos camaradas, que após o encalhe, por falta de recursos para se hospedarem, andaram a vaguear pelas ruas da Foz, foi-lhes oferecido para pernoitar a estação de socorros a náufragos e a estação de pilotos da barra, tendo optado pela última, por se situar mais perto so local onde se encontrava a traineira acidentada. Aquele oferecimento deixou-os muito sensibilizados, ao ponto de na ocasião da largada terem dado alguns vivas, além de tocarem a sirene de bordo, repetidamente como prova do seu muito obrigado pela hospitalidade que lhes fora dispensada.
A traineira MARUJO, com mais outras três, NUEVO ARAGUAYO, TERCERO e OSCARCITO REAL, fora apresada pelo NRP DIU, canhoneira da fiscalização das pescas, por se encontrar a pescar em águas territoriais portuguesas, ao largo da costa de Viana do Castelo e com os faróis apagados, tendo o seu mestre e os seus colegas sido julgados pelo tribunal marítimo, que lhes aplicou multas que variavam entre 3.300$00 e 5.200$00. As quatro traineiras, enquanto detidas, estiveram amarradas no lugar do Bicalho com uma praça da NRP DIU embarcada, e após o pagamento das respectivas multas trataram de abandonar o rio Douro, sem a orientação de pilotos, tendo sido nessa ocasião que se deu o acidente.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior