domingo, 3 de julho de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 184

O PILOTO-MOR AUTORIZOU A ABERTURA DA BARRA À NAVEGAÇÃO

 Vapor de pesca por arrasto ESTRELA DO MAR / desenho de José Fernandes Amaro Júnior, 1935 /.

Desde o dia 20/12/1935, que não havia movimento de navegação na barra do Douro, devido à força da corrente de cheia e à maresia. A 07/01/1936, como as condições no rio e barra tivessem melhorado embora com alguma corrente forte de cheia e após sondagens do canal de navegabilidade, o piloto-mor Francisco Rodrigues Brandão autorizou a abertura da barra à navegação, pelo que deixaram o porto comercial do Douro o vapor Inglês CRESSADO, piloto Hermínio Gonçalves dos Reis e o vapor de pesca Português ESTRELA DO MAR, piloto Joel da Cunha Monteiro. De entrada, passaram a barra, sem qualquer percalço, os seguintes unidades: navio-tanque Português SHELL 15, piloto Francisco Soares de Melo; vapores Portugueses PÁDUA, piloto Mário Francisco da Madalena; COSTEIRO SEGUNDO, piloto Elísio da Silva Pereira; OUREM, piloto Pedro Reis da Luz; Espanhol MARI CARMEN, piloto João Pinto de Carvalho; Vapor de pesca ESTRELA DO NORTE, piloto Aristides Pereira Ramalheira; Holandês AJAX, piloto Eurico Pereira Franco; Norueguês DOURO, piloto António Gonçalves dos Reis; Alemão SEVILLA, piloto José Fernandes Amaro Júnior e ainda o salvadego Dinamarquês VALKYRIEN, piloto Francisco Luís Gonçalves, que veio ao rio Douro tentar safar o MAUD LLEWELLYN. Fora da barra, ficaram a aguardar entrada para o outro dia, os seguintes vapores: Noruegueses AUD e BRAVO 1; Alemães AUGUST SCHULTZ, STAHLECK, BELLONA, KLIO e JOHNES E. RUSS; Ingleses SEAMEW e OTTERBURN; Norueguês HAVBRIS e o estoniano MINA.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 183

CHEIA NO RIO DOURO PROVOCA ACIDENTES
   
O NRP DIU tendo a máquina a trabalhar de marcha avante e amarrações reforçadas, a fim de aguentar as águas de cheia que o rio Douro levava em 12/1935, vendo-se também os vapores CRESSADO e SILVA GOUVEIA suportando a forte corrente. No cais da Arrozeira distinguem-se dois lugres fortemente amarrados, dos quais o segundo é o ADAMASTOR/ foto de autor desconhecido - colecção Francisco Cabral /.

A 24/1/1935, véspera de Natal, começou a formar-se um grande temporal de sudoeste, acompanhado de muita chuva, que perdurou nos dias seguintes. O rio Douro aumentava de volume das águas a níveis preocupantes, ao ponto de inundar as zonas ribeirinhas, com uma forte corrente a desenvolver-se e ancorados encontravam-se os seguintes navios, que mais se expunham ao perigo de rebentarem as suas amarras: lugre Português GEORGINA, no Sandeman; vapores Portugueses CATALINA, no Faria, e SILVA GOUVEIA, no quadro da Alfândega; vapor Norueguês OPHIR, no Jones; Ingleses CRESSADO, no quadro da Alfândega e o MAUD LLEWELLYN, no cais das Pedras.

 O MAUD LLEWELLYN enclhado junto de São Paio da Afurada, depois deter rebentado as amarras e ter sido levado pela forte corrente de cheia / foto de autor desconhecido - colecção Francisco Cabral /.

No dia 28, o nível das águas na Régua subira aos 14 metros e por precaução o capitão do porto ordenou que as tripulações daqueles navios se retirassem para terra. Às 17h00 desembarcaram através do cabo de vaivém a equipagem do MAUD LLEWELLYN, e o OPHIR é abandonado pelos seus tripulantes, salvo o capitão, que se recusou a sair e como tal permaneceu a bordo, contudo estando com a máquina a trabalhar de marcha avante para aliviar as retesadas amarras. Dois dias antes, os pilotos tinham mandado colocar duas "paixões" ou seja dois ancorotes espetados no pavimento da estrada, a fim reforçarem a amarração daquele navio com novos cabos. A tripulação do CATALINA veio para terra no bote de serviço. Os bombeiros municipais lançaram dois foguetões para bordo do CRESSADO e a sua tripulação foi desembarcada pela cesta-calção. Pelas 21h00, o comandante do NRP DIU, amarrado no quadro dos vasos de guerra, ao Bicalho, requisitou dois pilotos, tendo seguido para bordo os pilotos Manuel de Oliveira Alegre e Bento da Costa. No dia 29, pela 01h30 rebentaram-se as amarrações do MAUD LLEWELLYN, que foi de guinada ao sul, descaindo e quebrando as amarrações dos lugres Portugueses MARIA CARLOTA, ADAMASTOR, ANDORINHA e CLARA, pelo que estes navios foram sobre o cais da Arrozeira onde se aguentaram, mas a fragata FRAZ, da praça de Lisboa foi levada pela forte corrente, indo-se deter junto da pedra do Escorregadinho, Lavadores. Quanto ao MAUD LLEWELLYN, também foi rio abaixo até encalhar no lugar de São Paio da Afurada, diante da Fábrica do Açúcar. Ainda no dia 29, foi a vez do lugre ANDORINHA ir parar à Afurada e o lugre MARIA CARLOTA guinou ao norte, atravessando o rio foi abalroar o NRP DIU, e após ter sido libertado daquela canhoneira, foi sobre o lugre INFANTE, ficando atravessado na sua proa. Então, saltaram a bordo alguns tripulantes, que arriando as amarras fizeram com que os dois lugres ficassem libertos, contudo acabaram por encalhar na margem.

 Pormenores da cheia de 01/1935 junto do porto comercial do Douro, vendo-se o lugre-motor GEORGINA na margem de Gaia e o vapor Inglês CRESSADO junto do quadro da Alfandega / O Comercio do Porto /.

 Durante a noite, nos ancoradouros da Ribeira, Porta Nova e Vanzelleres, rebentaram as amarrações de vários piões de barcaças e estas foram rio abaixo, desaparecendo no mar revolto da barra, sem que antes não tivessem deixado de colidir com outras embarcações ancoradas junto das margens.
1935 ficaria lembrado como o ano das sete cheias.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro


ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.