quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 195

O NAVIO-MOTOR ALEMÃO "GAUSS" DESVIOU-SE DA SUA ROTA PARA SOCORRER UM BARCO FANÉQUEIRO DO CENTRO PISCATÓRIO DA AFURADA EM DIFICULDADES NAS 45 BRAÇAS, REBOCANDO-O ATÉ À BARRA DO DOURO

 GAUSS / autor desconhecido /.

A 15/10/1936, pelas 10h30, ao mar de Espinho, nas 45 braças encontrava-se em dificuldades, com a verga da vela partida, um barco fanéqueiro pertencente ao centro piscatório da Afurada, sob forte nortada, que o impossibilitava de navegar para norte. Felizmente navegava nas imediações, de rumo ao porto de Bremen, caturrando contra a vaga, o navio-motor Alemão GAUSS, que avistando aquele barco de pesca, no qual se encontravam seis homens, com pendão ao alto, sinal de pedido de socorro, desviou-se do seu rumo e foi ao encontro daquela embarcação, conduzindo-a a reboque até à porta da barra do Douro, após o que retomou a sua navegação para norte, tendo o batel fanéqueiro entrado a barra e rumando à força de remos para a Afurada.
Como se sabe o GAUSS encalhara a 11/05/1932 à entrada da barra do Douro, e desse triste acidente naufragaram os salva-vidas locais PORTO e CARVALHO ARAÚJO, quando abenegadamente tentavam resgatar os seus camaradas daquele navio mercante, em que de 17 corajosos heróis do mar se perderam 6 valiosas vidas.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 194

O PILOTO ABANDONA A PONTE DE COMANDO DO VAPOR NORUEGUÊS "DOURO" POR MOTIVO DE DESOBEDIÊNCIA DO SEU CAPITÃO QUE ORIGINA UM PERCALÇO QUANDO DE SAÍDA RUMAVA Á BARRA
O vapor DOURO saindo da barra do Douro em 01/10/1929 / Foto de A. Teixeira da Costa /.

A 14/10/1936, pelas 18h00, quando o vapor Norueguês DOURO descia o rio, de rumo à barra, já perto da penedia das Lobeiras de Sobreiras, o piloto-mor Francisco Rodrigues Brandão recebeu instruções do capitão do porto, no sentido de negar a saída daquele vapor. De imediato, foi içada no mastro dos pilotos a bandeira da letra “N” e a lancha P4 foi ao seu encontro, a fim de avisar o piloto do que se estava a passar.
O piloto Júlio Pinto de Carvalho transmitiu ao capitão as instruções recebidas e ordenou para largar o ferro de bombordo no sentido de desandar o vapor, a fim de regressar ao ancoradouro. Dado que o capitão desobedeceu às suas ordens, aquele piloto abandonou a ponte do comando, não sem que lhe fizesse ver das consequências que viria a sofrer. Entretanto o DOURO sob a direcção do seu capitão dirigiu-se para a barra e perto da Meia Laranja, indo fora do canal, guinou a estibordo e largou os dois ferros para não embater no enrocamento do cais. Em face da situação o piloto retomou o comando e manobrando proa acima, regressou ao ancoradouro do lugar da Arrozeira, onde ficou amarrado. Resolvido o problema com a autoridade marítima, o DOURO deixou a barra no dia seguinte, sob a direcção do piloto José Fernandes Amaro Júnior.
DOURO - 65m/928tb, entregue a 08/1921 pelo estaleiro A/S Jarlso Vaerft, Tonsberg, como PEIK, ao armador Hans H. Torgersen & Co. A/S. Tonsberg, 1923 DOURO, E. B. Aaby’s Rederi A/S. (Standard Line), Oslo, passando a ser um visitante regular dos portos Portugueses, particularmente o Douro/Leixões., onde era conhecido, juntamente com outras unidades do seu armador, pelos “marca A”, e vinha consignado, conforme os tráfegos a que estava afecto, aos agentes de navegação Kendall, Pinto Basto & Ca, Lda., J. Pinto de Vasconcelos, Lda, e ao Garland, Laidley & Co., Ltd., da praça do Porto,
A 07/05/1942 largara de Reykjavik com destino a Hull, transportando peixe congelado e a 9 foi atacado por um avião bombardeiro da "Luftwaffe" nas coordenadas 60.41N 12.58W, tendo sido atingido a meia-nau por 4 bombas, por trás da chaminé, que o fez alquebrar e afundar-se em dois minutos. Como os botes salva-vidas foram destruídos, a tripulação não atingida saltou para a água, conseguindo subir para duas jangadas. Durante a tarde foram localizados por uma aeronave da "RAF", que lhes comunicou que o auxílio viria rápido. Algumas horas depois foram recolhidos pelo vapor de pesca Islandês GYLLIR, que os levou para Reykjavik, onde 2 dos 11 tripulantes salvos encontravam-se feridos, pelo que receberam tratamento hospitalar. No naufrágio pereceram 10 homens, incluindo o capitão.

 O vapor DOURO do pós-guerra no porto de Leixões na década 50 /(c) Foto Mar, Leixões /.

No pós-guerra, vários navios foram construídos para compensar as perdas durante a guerra, entre os quais se contava o vapor DOURO, 72m/1.150tb, lançado ao mar em 1948 pelo estaleiro James Lamont & Co., Greenock., passando a escalar Leixões, fretado à Union Maritime Industrielle, Rouen. Em 1957 foi vendido à Navegação Savónia, Rio de Janeiro, tomando o nome de CERES, sendo seu 1º engenheiro de máquinas, Joaquim Vilela, natural da Foz do Douro e tio do autor do blogue.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; War Sailors-com; Miramar Ship Index.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.

domingo, 4 de setembro de 2011

SUBSIDIOS PARA A HISTÓRIA DA CORPORAÇÃO DE PILOTOS DA BARRA DO DOURO E PORTO ARTIFICIAL DE LEIXÕES – Episódio 193

O MODERNO NAVIO-MOTOR FRUTEIRO DINAMARQUÊS "TUNIS" DEMANDA A BARRA DO DOURO PELA PRIMEIRA VEZ

O TUNIS em 1936 / DFDS 1866-1941 /.

A 23/09/1936, pelas 10h00, vindo do sul apareceu à vista, navegando a cerca de duas milhas da costa, o navio-motor fruteiro Dinamarquês TUNIS, que procedia de vários portos do Mediterrâneo, onde carregara citrinos e laranjas, além de bastante cortiça em fardos.
Dado que o seu agente consignatário Kendall, Pinto Basto & Cia, Lda tinha bastante interesse, que aquele navio entrasse, a fim de iniciar as operações de carga no sentido de as terminar para sair na maré da manhã do dia seguinte, o piloto-mor Francisco Rodrigues Brandão, sabendo que aquela moderna unidade da marinha mercante Dinamarquesa, de linhas bastantes avançadas para a época, aliás próprio da construção naval dos países Escandinavos e o seu pouco calado, aliado à sua boa marcha e leme, e tendo em conta das boas condições da barra, decide-se pela sua entrada sem demora. O corso da vazante já passara, junto do cais do Marégrafo, há pouco mais de uma hora.
A lancha P4 já saíra para o mar, conduzida pelo cabo-piloto Alexandre Cardoso Meireles, que foi ao encontro daquele navio, tendo-o abordado a sul da praia de Lavadores. Para bordo subiu o piloto José Fernandes Amaro Júnior, que de imediato transmite para terra o calado de água de 14,5 pés, através de toques da sirene do navio. Com a bandeira vermelha, sinal convencional de barra franca, içada nos mastros do castelo da Foz e do cais do Marégrafo e a toda a força avante o TUNIS faz-se à barra do Douro de rumo a nordeste, safo do banco da Barra e dos destroços do INGA l, até alcançar a bóia da ponta do Dente, onde fez o enfiamento da marca das Três Orelhas pela marca nova do Anjo, sempre sem reduzir a sua marcha, a fim do navio governar e vencer a corrente do rio, que já levava alguma impetuosidade, formando o usual escarcéu, mostrando aquele navio ser de bom andamento e sobretudo leme, não criando qualquer dificuldade e obedecendo sempre à manobra e assim prosseguiu até chegar junto do lugar da Ínsua do Ouro, abrandando o andamento, a fim de entregar a declaração de sanidade à baleeira da Sanidade Marítima. Retomando a marcha para montante até alcançar o lugar das escadas da Alfândega, onde largou o ferro de estibordo e pouco depois o de bombordo e de imediato a lancha da amarração, que entretanto já passara o cabo de arame ao ancorote dos pilotos, foi largá-lo pela popa ao lançante pelo sudoeste. A seguir a lancha foi passar cabos por cima do pião de barcas para terra, onde já se encontrava um seu tripulante, que os encabeçou nos peorizes. O TUNIS deixou o rio Douro no dia seguinte pelas 13h00 rumando a Antuérpia e Copenhaga.
 
 
O TUNIS no pós-guerra / DFDS /

 TUNIS - navio fruteiro/ Imo 5370840/ 87m/ 1.648tb/ 12,5nós/ 12 passageiros; 15/01/1936 entregue pelo estaleiro A/S Helsingors Jernskibs-og-Maskinbsggeri, Helsingor, à Det Forened D/S A/S (DFDS), Copenhaga; 04/1940 imobilzado em Nova Iorque devido à Dinamarca ter sido invadida e tomada pela Alemanha Nazi; 06/06/1941 entregue à US Maritime Commission por ordem executiva dos seus armadores Det Forened D/S A/S (DFDS), Copenhaga; 21/07/1941 AQUILA, registo do Panamá e fretado à Marine Operating Co., Inc. 11/08/1941 adquirido pela US Navy em Nova Iorque; 24/10/1941 USS AQUILA (AK-47); 09/10/1945 abatido ao efectivo da US Navy, em Norfolk, VA, e entregue ao US Maritime Commission, tendo sido fretado pela Alcoa Steamship Co., em Portsmouth, VA, recebendo o nome de BONANZA; 25/06/1946 devolvido aos seus primitivos armadores a DFDS, de Copenhaga, e recebendo o seu antigo nome de TUNIS; 1966 MARIA-T, V. H. Eleftheriades, Pireu; 1972 MATHIOS, Rigas O. Boris et all,??; 08/1978 chegava ao Pireu para desmantelamento em sucata.

O MAROCCO em operações comerciais algures num porto do Mediterrâneo Oriental / DFDS 1866-1941 /.

O TUNIS juntamente com o seu gémeo MAROCCO, e mais outros dois com ligeiras diferenças, denominados ALGIER e SICILIEN foram colocados pela DFDS ao serviço da linha do Mediterrâneo incluindo portos da Grécia, Turquia, Siria, Libano, Israel/Palestina e Egipto, e veio ao rio Douro carregar vinho em pipas, conservas, ardósias, resinas e cortiça em fardos, esta na sua maior parte estivada no convés como "barda". Os vapores daquele armador eram mais conhecidos nas ribeiras de Gaia e Porto como “vapores das pipas”, devido à grande quantidade de pipas de vinho, que embarcavam no rio Douro.
No pós-guerra, mais propriamente em 1946 regressou ao serviço do seu armador, retomando a linha do Mediterrâneo com escalas eventuais nos principais portos Portugueses, a fim de reforçar a frota da linha de Portugal, só terminando com a vinda dos novos navios-motor fruteiros da série RHODOS e BYGHOLM entre os anos de 48/50, passando então a servir o tráfego da Dinamarca/Inglaterra.
Fonte: José Fernandes Amaro Júnior; DFDS 1866-1941; US Navy Navsource; Lloyd´s Shipping Register.
(continua)
Rui Amaro

ATENÇÃO: Se houver alguém que se ache com direitos sobre as imagens postadas neste blogue, deve-o comunicar de imediato. a fim da(s) mesma(s) ser(em) retirada(s), o que será uma pena, contudo rogo a sua compreensão e autorização para a continuação da(s) mesma(s)neste Blogue, o que muito se agradece.
ATTENTION. If there is anyone who thinks they have “copyrights” of any images/photos posted on this blog, should contact me immediately, in order I remove them, but will be sadness. However I appeal for your comprehension and authorizing the continuation of the same on this Blog, which will be very much appreciated.